História de Petrópolis
Quiz
Em 1500 quando o Brasil foi descoberto os portugueses se depararam com nativos que conhecemos por índios, em Petrópolis, não poderia ser diferente em nossas terras também habitavam esses nativos e é justamente sobre eles que vamos falar.
O Brasil era habitado por varias tribos entre elas os guaranis, tupiniquins, aimoré, carajá, entre outras.
Foi por volta de 1730 que em Petrópolis, uma tribo de cabelos cortados e enrolados por sobre a cabeça, fazendo parecer em seu “penteado” uma coroa, era encontrada pelos desbravadores portugueses, que não tiveram dúvidas em dar-lhes o nome de ”coroados”.
Todo local longe das vilas e cidades, recebiam o nome de “sertão” e Petrópolis, antes mesmo de homenagear nosso imperador, já fazia homenagem aos seus nativos, assim sendo, nossa bela cidade ficou conhecida como, “Sertão dos Índios Coroados”, um local selvagem com uma natureza desconhecida cercada por índios com características bem hostis, guerreavam com outras tribos indígenas e até mesmo entre si, a tribo ganhadora do combate agia com extrema crueldade com a tribo dominada deixando vivas apenas mulheres e crianças.
Moravam em ocas de madeira coberta por folhas e bambus, suas aldeias eram formadas por ranchos de tamanhos e formatos diversos, cada tribo era formada e separadas por famílias e parentes próximos, entre alguns costumes: usavam pratos e tigelas feitos de cabaça (espécie de cuias feitas da casca de frutos duros) e folhas trançadas além de utensílios de pedra, não tinham em seus corpos nenhum tipo de ornamentos, dormiam em redes, abrigavam-se em morros de altitudes elevadas próximos às margens dos rios e usavam para caçar e se defender arcos e flechas.
Para cada 100 homens dentro da aldeia, havia no cerca de 30 mulheres que eram tratadas como escravas dos homens. Apesar do cacique poder possuir mais de uma mulher a “tribo dos índio coroados” tinham uma cultura monogâmica (se uniam apenas a uma mulher), e quando houvesse um adultério sua punição era passivem de morte), quando engravidavam as mulheres passavam por uma “rigorosa dieta” que incluía basicamente alimentos de plantio, e principalmente frutas, as carnes eram cortadas tanto as mulheres coroadas grávidas quanto aos seus maridos pois acreditavam que se as comessem os filhos nasceriam com deformidade no nariz, as aves pequenas também faziam parte do jejum pois seus filhos poderiam nascer pequenos caso as comessem, para evitar importunos durante a gravidez eram tirados dos homens suas armas de caça.
Quando um jovem completava por volta de seus 12 anos, os filhos dos coroados construíam seus próprios ranchos recebendo a ajuda dos pais e ali viviam em silêncio com os demais membros solteiros da tribo, as mulheres jovens, por sua vez viviam com seus pais até por volta de seus 14 ou 15 anos, após este período o cacique as concediam em casamento.
Existia uma hierarquia dentro das tribos sendo passado o titulo de cacique de pai para o filho mais velho, quando este não estava presente herdava o titulo o próximo filho na linhagem hierárquica, como os coroados não faziam a contagem dos tempos para saber suas idades após a morte do pai era considerado a aparência, o tamanho do corpo e sua força para que rapaz pudesse assim ser proclamado como novo cacique da tribo.
O ecoturismo petropolitano atual, trás um pouco das raízes históricas da região, a “trilha dos coroados” uma passagem entre o bairro da fazenda inglesa, araras e rio da cidade, na verdade era uma antiga trilha dos índios coroados que entre o século XVIII e XIX habitavam esta região, esta trilha foi encontrada pelos primeiros moradores do local por volta da década de 70 junto ao caminho também foram encontrados vestígios e objetos deixados pelos nativos, também foram encontrados estes objetos nas beiras de outros rios da região possivelmente caminhos abertos no processo migratório destes índios, onde reforça a tese que os portugueses, provavelmente usaram estas trilhas como bases para a abertura de um caminho do rio de janeiro até as minas gerais para que fizessem o transporte do ouro do império com maior agilidade, (caminho este que recebeu o nome de caminho novo)
Como o processo de colonização era inevitável, os índios coroados passaram pelo mesmo processo que todos os índios do território brasileiro, a cristianização destes índios trouxeram um aspecto favorável aos colonizadores, que usaram a Mão de obra indígena, estes trabalhavam juntos aos colonos nas lavouras, abertura de estradas e até mesmo como canoeiros e tropeiros (condutores de cavalos e mulas), com a expansão colonial as tribos começaram a serem exterminadas, violentas e sangrentas batalhas geraram um grande genocídio, os que sobreviveram ao massacre passaram a atacar as famílias e povoados ao longo do caminho novo onde perambulavam entre o rio Preto e o rio Paraíba, envolvendo-se em mais conflitos.
Mesmo com esse processo suas culturas foram absorvidas, o “sertão dos índios coroados” passou a se chamar “serra acima do Inhomirim” este nome se fez referencia, pois, a região passou a se subordinar à paróquia de nossa senhora da piedade, em inhomirim, (que em linguagem indígena quer dizer campo pequeno) na raiz da serra.
Morros, bairros e rios também foram batizados com palavras do vocabulário coroados, e acabaram sendo mantidos pelos colonizadores, como por exemplo, os nomes dados aos bairros de Petrópolis; Itaipava (elevação de pedra); Itamarati (pedra que brilha); Araras (ave brilhante); Carangola (água que corroi); Taquara (caniço furado); Samambaia (broto enrolado) além do morro do Açu (grande) e o rio Piabanha (peixe manchado), segundo a escritora vera abad, o Rio da Cidade um bairro localizado, nas proximidades da BR040 recebeu este nome, pois ali era conhecido como rio da cidade dos índios uma região onde teria uma maior quantidade populacional indígena.