Em 1899 o aeroclube da França discutia a possibilidade de um balão ir de um ponto a outro e voltar à origem de partida. Henri Deustch de La Muerte empresário do ramo petrolífero que acompanhava as experiência com dirigíveis, concedeu um prêmio ao primeiro aeronauta que saísse a partir do parque de Saint-Cloud, contornasse a torre Eiffel e voltasse a seu lugar de partida.

No dia 19 de setembro Alberto foi levado aos ares, neste momento não existia mais a menor dúvida que seria questão de tempo para o sucesso de seus inventos, e decidiu dedicar-se por toda sua vida a construções de aeronaves.

Dois anos se passaram do inicio de seus inventos e Alberto fazia suas ascensões hora com êxito e algumas horas de muita preocupação e fracasso, porém tudo se tornara uma viável fonte de aprendizado para ele.

Em 1900 construiu o dirigivel nº 4 traziam grandes novidades, em vez de nacela era visto um selim e pedais, que faziam girar 2 asas de quatro metro cada uma, era mais longo e mais estreito que o numero 3 um motor de 7 HP. Diante de uma sequência de testes, de controle, motor, dirigibilidade, decolagem e aterrissagem, deixaram o inventor com verdadeiras possibilidades de conseguir cumprir as exigências do prêmio Deutsch. Sua única preocupação era ainda o motor, já que a premiação so seria dada para aquele que conseguisse fazer a rota em até 30 minutos.

Colocou um motor de 15 HP transformou as extremidades menos pontiagudas, nascia seu dirigível n° 5. Em 12 de julho1901 o número 5 foi posto a prova em Longchamps, percorreu 35 quilômetros, sobrevoando o hipódromo em círculos, desenvolvendo velocidade e facilidade nas manobras, conseguiu após alguns reparos finais contornar a torre, agora era hora de ganhar a grande disputa da dirigibilidade.

No dia seguinte convocando a comissão do aeroclube, uma falha no motor fez com que o balão se desgovernasse e caísse deixando-o preso em uma arvore do parque onde ficava a mansão de Rotschild. Apesar do prêmio Deutsch ainda não ter sido ganho recebeu outro premio este vindo da condessa D’eu, a Princesa Isabel que banida do Brasil desde a proclamação da republica morava em Paris, junto um bilhete que dizia:

“1º de agosto de 1901.

Senhor Santos-Dumont:

Envio lhe uma medalha de São Bento que protege contra acidentes. Aceite-a e

traga-a na sua corrente de relógio, na sua carteira, ou presa ao pescoço,

ofereço-lhe pensando em sua bondosa mãe, pedindo a Deus que o socorra

sempre e lhe permita trabalhar para a glória de nossa Pátria.

Isabel, condessa D’Eu.”

Medalha de São Bento, presente dado pela Princesa Isabel a Santos Dumont em Paris no dia 1 de agostos de 1901.

O bilhete foi pessoalmente agradecido por Alberto Santos Dumont. Uma semana depois de ganhar a medalha, Santos Dumont faria nova tentativa, convocou novamente a comissão cientifica no dia 8 de agosto de 1901. Novo desastre uma válvula de gás apresentou problemas, ouvindo-se uma explosão o balão perdera altitude, e veio a colidir com o Hotel Trocareto, ficando dependurado a 15 metros do chão.

Santos Dumont, preso com seu dirigível no hotel Trocareto na França.

O tempo se tornara curto, pois teria pouco tempo até a temporada de 1901 do prêmio estourar, e assim seus concorrentes, que seguiam suas pegadas o alcançasse, Aeronautas como George Besançon e Maurice Farman, já estavam associados para tentar o prêmio, além de comentários envolvendo balões como os do Conde Américo de Schio, Debrayeux, Bradosky.

Alberto então trabalhou no n° 6, parecido como o número 5, tinha um volume de 622 metros, cúbicos, com 33 metros de comprimento e 6 de dímetro. E para impulsioná-lo havia um motor Buchet de 20 HP, com sistema de refrigeração misto de ar e água, por cima do motor um rádio e um reservatório de água, os lastros eram dois tanques cilíndricos, com 45 litros de água cada, com torneiras que podiam ser abertas durante o voo.

Suas expectativas era contornar a torre no dia 7 de setembro uma data memorável para os brasileiro e assim animado de sua vitória Santos Dumont, após os testes realizados e visto que o balão era mais rápido e superior ao anterior, diante de seus mecânicos, o Príncipe Roland Bonaparte, presidente da comissão cientifica do aeroclube e um dos membros do júri do prêmio Deutsch, no dia anterior ao pretendido pelo brasileiro, conseguiu, estar no ar por mais de 2 horas, fazendo manobras, curvas abertas e fechadas, subida e descidas indo voando a favor e contra o vento.

Para festejar convidou os amigos para comer um aperitivo no La Cascade. Eufórico foi de balão, lá já esperando, Chapin e Cláudio o aguardavam para amarrar o balão, no caminho e volta ao hangar, passando pelo parque de Rotschild, a corda guia se enroscou em uma árvore, seus mecânicos conseguiram manter com astucia o balão próximo ao chão levando-o para um local seguro. Resolveram então rebocá-lo sobre o lago para evitar encontros com arvores do parque, quando o problema parecia estar sobre controle, depararam com os cabos dos bondes elétricos, a mais de 5 metros, mesmo com cautela, um descuido foi suficiente para que as cordas se soltassem e o balão voasse desgovernado. Com a frieza de sempre Santos Dumont, liberou o gás, tendo uma queda dura, mesmo aplaudido pela multidão que agoniada acompanhava, Alberto, não tinha o que comemorar seu voo teria de ser adiado devido a danificação da quilha

Mesmo com pessoas dizendo-lhe para desistir Alberto não desanimava e dizia que já havia rasgado a palavra desistir de seu dicionário. Sendo assim insistente, consertou seu balão durante a semana, e convocou nova comissão aérea para o dia 18 de setembro de 1901, à tarde. Pela manhã realizou testes e tudo bem, às 14 horas deu o sinal; Novos problemas ainda o atrapalhavam um problema no leme fez com que pedisse que o cronômetro parasse. A comissão permaneceu, por uma hora até que, o inventor resolveu encerrar os testes desse dia até que seus problemas tivessem realmente resolvido.

Por ter uma popularidade muito grande e ser brasileiro causava muito ciúmes dentro da França, para apaziguar a situação no dia 10 de outubro durante um teste colocou uma bandeira francesa atrás do leme e decidiu que estava na hora de por fim naquela angustia:

Receberia o prêmio Deutsch de La Meurthe em 1901.

No dia 19 de outubro, às 14 horas e 42 minutos; hora em que Georges Besançon anotou sua partida; Com 8 minutos e 45 segundos a 250 metros do solo a altura dos pára-raios começa a contornar a torre, logo após o contorno o vento e o motor não estavam a favor, largou o mastro e foi a conserto do motor, sem rumo o balão perdeu altura bruscamente, estando a 50 metros do chão quando o problema começou a se reverter, novamente no comando, atravessando a linha de chegada (seu ponto de partida) em 29 minutos e 30 segundos, sendo o cabo da amarração seguro às 15 horas 12 minutos e 40 segundos e 4/5, como descrito por Georges Besançon.

A perguntar se havia ganhado Henri de La Meurthe respondeu, que para ele sim apesar de chegar alguns segundos depois, mas a comissão por 40 segundos resolve não dar a vitória a Alberto o que levantou um enorme alvoroço, de protestos de quem assistia, e também uma enorme insatisfação de Santos Dumont.

No jornal cidade do Rio, José do patrocínio publicou “não foi na capital do seu país que ele mereceu a ovação imensa, foi na capital da França, capital da civilização. “O povo de Paris compreendeu que 40 segundos, não podem pesar na balança de um problema, que há mais de um século, preocupa o mundo inteiro.”

Monumento em homenagem à conquista da dirigibilidade (Santos Dumont - MG)

Até mesmo o Príncipe Roland Bonaparte, presidente da comissão cientifica estava disposto a procurar o judiciário para levar o prêmio a Alberto, assim Georges Devin, do conselho de estado e da corte de cassação deu um parecer conclusivo, que Alberto Santos Dumont seria o vitorioso, juridicamente. Até que em uma reunião secreta realizada pelo aeroclube, o brasileiro é declarado realmente o vencedor, após uma votação de 13 a 9 a favor do brasileiro.